Informativo
Docentes, alunos e ex-alunos da Universidade Federal de Viçosa formam a maior delegação presente no 5° Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC), confira as apresentações.
Entre os dias 9 e 11/10, em Brasília, no Campus Gama do Instituto Federal de Brasília (IFB), aconteceu o 5° Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC), com organização do sistema OCB. Foram realizadas inúmeras apresentações nestes dias, confira as fotos:
DELEGAÇÃO:
APRESENTAÇÕES ORAIS:
TÍTULO: ANÁLISE DA EFICIÊNCIA SÓCIO FINANCEIRA DE COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO BRASIL.
AUTORES: BRÍCIO DOS SANTOS REIS, MATEUS DE CARVALHO REIS NEVES.
O objetivo geral do trabalho foi analisar a eficiência sócio financeira do segmento de crédito cooperativo no Brasil. Esse tipo de estudo diz respeito à avaliação tanto de indicadores de desempenho empresarial quanto de variáveis relacionadas à gestão social desse tipo de empreendimento. Para tanto, foram calculados quocientes financeiros originados dos demonstrativos contábeis dos dois maiores sistemas de crédito cooperativo e dos quatro maiores bancos do País no período de 2014 a 2017, além da apuração dos custos dos principais serviços bancários e das taxas de juros das mais relevantes operações de crédito para as mesmas instituições. Os principais resultados apontam para o desempenho financeiro superior das cooperativas de crédito em relação aos maiores bancos do País. Concomitantemente, aquelas instituições apresentaram, também, satisfatória performance social a partir da constatação de que seus serviços bancários e de crédito tiveram custo inferior aos das demais organizações estudadas.
TÍTULO: TRADUÇÃO E CONTROLE DA ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS AGROINDUSTRIAIS: PROPOSIÇÃO DE UM MAPA ESTRATÉGICO DINÂMICO.
AUTORES: LUIZ CARLOS DUCLÓS, REGINALDO FERREIRA BARREIROS, ROBERTO MAX PROTIL.
Este artigo tem por objetivo desenvolver e propor um modelo qualitativo de tradução e controle da estratégia em cooperativas agroindustriais. Partindo do conceito do Balanced Score Card – BSC e da Dinâmica de Sistemas, e considerando as particularidades corporativas das cooperativas agroindustriais, o modelo desenvolvido dá origem a um mapa estratégico dinâmico, que estabelece variáveis que representam processos críticos na gestão da estratégia dessas organizações, assim como relações causais entre essas variáveis. Definidas as proposições de modelo hipotético, o método utilizado foi qualitativo, por meio de pesquisas de campo. Inicialmente foram realizadas entrevistas com especialistas em cooperativismo, que reforçaram as proposições do modelo hipotético, e na sequência, estudo de caso instrumental em uma cooperativa agroindustrial do Paraná, que validou o modelo na realidade estudada. As técnicas utilizadas foram análise de documentos e análise de conteúdo de entrevistas com especialistas em cooperativismo e gestores da Cooperativa Agrária. A concepção do modelo foi feita por meio da linguagem qualitativa da Dinâmica de Sistemas, identificando circuitos de feedback de reforço ou de equilíbrio e delays entre as influências e efeitos das variáveis, cuja integração resultou em diagramas de enlaces causais. A partir dos conceitos da Dinâmica de Sistemas, o mapa é construído qualitativamente, prevendo a complexidade da gestão da estratégia em cooperativas agroindustriais, haja vista a necessidade de conciliação de interesses econômicos nem sempre convergentes entre a cooperativa e seus cooperados.
TÍTULO: OS EFEITOS DAS FUSÕES NAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO BRASILEIRAS.
AUTORES: MARCELO HENRIQUE SHINKODA SANTOS, MARCELO JOSE BRAGA.
O objetivo deste artigo é avaliar se as fusões promovem ou não variações na capacidade de endividamento das cooperativas de crédito, bem como avaliar o perfil contábil e a eficiência dessas firmas de forma a enquadrá-las no cenário nacional e internacional. Duas foram as fundamentações teóricas testadas: Teoria da fragilidade bancária e teoria da estabilidade bancária. Para atingir este objetivo, a técnica econométrica de Propensity Score Match foi utilizada para equilibrar as amostras pré e pós fusão e assim realizar a comparação pós-tratamento dos conhecidos índices CAMEL, além de mais seis índices contábeis adicionais. Os resultados indicam que as fusões ocorridas entre janeiro de 2008 a novembro de 2018 foram induzidas mediante a teoria da fragilidade, pois as principais variações constatadas foram sobre os indicadores de eficiência.
TÍTULO: ANÁLISE DA APRENDIZAGEM SOBRE A TAXONOMIA DE BLOOM A PARTIR DA UTILIZAÇÃO DOS JOGOS DE EMPRESA.
AUTORES: MURILO SENA BAIERO, PABLO MURTA BAIÃO ALBINO.
O presente estudo analisa mecanismos de ensino-aprendizagem em grupos heterogêneos que podem ser adotados em organizações cooperativas para promover mudanças, inclusive de comportamento. O trabalho teve como objetivo, utilizando-se da Taxonomia dos domínios cognitivos de Bloom, avaliar a evolução do aprendizado dos participantes (estudantes universitários e produtores rurais) a partir da aplicação do jogo Empreendedor Rural e o Ciclo de Aprendizagem Vivencial. Os procedimentos metodológicos são de análise qualitativa e descritiva dos fatos. Para a realização da coleta de informações, foram utilizados dois formulários preenchidos pelos participantes, sendo um antes da aplicação do jogo e outro ao final. Os resultados obtidos indicam uma mudança comportamental do grupo, demonstrado pela ampliação de habilidades e competências gerenciais e o desenvolvimento da capacidade de autogestão. Dessa forma, é possível concluir que essa experiência foi satisfatória, uma vez que contribuiu para o aprendizado dos participantes através do exercício prático. Assim, essa metodologia é recomendada nas ações de desenvolvimento do quadro social das cooperativas, principalmente nos projetos e programas de formação do quadro de cooperados e colaboradores, mesmo em grupos que apresentam considerável heterogeneidade.
TÍTULO: DE “BANQUINHO DO SINDICATO” À SISTEMA CRESOL: A MODERNIZAÇÃO DO COOPERATIVISMO DE CRÉDITO SOLIDÁRIO EM MINAS GERAIS.
AUTORES: ALAIR FERREIRA DE FREITAS, ALAN FERREIRA DE FREITAS, ALMIRO ALVES JUNIOR.
Esta pesquisa investiga, sob a perspectiva institucionalista, a trajetória do cooperativismo de crédito solidário em Minas Gerais, a partir de seus processos de institucionalização, buscando entender as motivações e processos que levaram a consolidação de um único sistema cooperativo solidário em Minas Gerais. Este caminho se mostra promissor para ampliar o conhecimento acerca dessas organizações e estruturar um equipamento de análise institucional que possa contribuir para o entendimento do campo organizacional e da modernização destas cooperativas. O tipo de pesquisa adotada foi a descritiva, de natureza qualitativa, se utilizando da técnica da triangulação. Na análise de resultados, percebeu-se a composição de duas fases distintas de institucionalização: (i) Uma fase em que se depende, puramente, da base social para que a organização exista (incubação institucional); (ii) Um segundo momento, em que se precisa de um processo de adaptação técnica para se manter operando, em que a fonte de institucionalização provém de processos vinculados a uma manutenção funcional (consolidação organizacional). Ainda, em nome de uma eficiência de processos e de resultados, deixa-se de reproduzir da forma da concepção inicial (através da influência de atores externos), para reproduzir com base em novos parâmetros de profissionalização e modernização desenvolvidos dentro da própria organização. O banquinho do sindicato dá lugar à um sistema financeiro complexo, moderno e independente, capaz de atuar e competir no SFN.
TÍTULO: A TRAJETÓRIA, MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS E PERSPECTIVAS DE UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO SOLIDÁRIO: UM ESTUDO DE CASO EM MINAS GERAIS.
AUTORES: ALMIRO ALVES JUNIOR, ISABELA RENÓ JORGE MOREIRA, PAULO HENRIQUE DA SILVA.
Esta pesquisa é parte integrante de uma nova agenda de investigação e discussão sobre o cooperativismo de crédito solidário em Minas Gerais que busca desvelar a estruturação, organização e o impacto da inserção de um novo sistema cooperativo no estado. O objeto de estudo é uma cooperativa de crédito solidário, a Cresol Sudeste de Minas, antiga Creditag Fervedouro, localizada em Fervedouro/MG, que oferece produtos e serviços financeiros tendo como público prioritário a agricultura familiar. Foi utilizado o método de pesquisa qualitativo e descritivo, e se aplicou como estratégia de pesquisa o estudo de caso com a utilização de entrevistas semiestruturadas com atores chave. Conclui-se que a busca por legitimidade, o anseio de operacionalizar o PRONAF e as exigências impostas pelo ambiente externo foram fatores primordiais que culminaram a transição para o sistema Cresol, e as vantagens das mudanças organizacionais apresentadas pelos próprios cooperados e dirigentes da cooperativa vão além do que almejavam.
TÍTULO: PESQUISA DE SATISFAÇÃO DOS ASSOCIADOS VALE A PENA? O ANTES E O DEPOIS NA EXPERIÊNCIA EM UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO.
AUTORES: EDUARDO MARQUES DOS SANTOS, LEONARDO PINHEIRO DEBOÇÃ, PATRÍCIA ROSVADOSKI-DA-SILVA.
Este trabalho aborda a efetividade da pesquisa de satisfação com associados a partir de duas pesquisas realizadas em uma mesma cooperativa de crédito do sistema SICOOB, em cujo intervalo de três anos entre as mesmas, implementou-se um conjunto de ações gerenciais no sentido de aumentar a satisfação dos associados. De natureza descritiva, a pesquisa caracterizou-se por uma abordagem quantitativa com levantamento do tipo survey, com base em corte transversal e variáveis quantitativas, sendo 2016 e 2019 os dois momentos de coleta de dados. O instrumento de pesquisa utilizado foi uma adaptação do modelo Servqual. Os resultados apontam para a robustez do modelo de pesquisa de satisfação adotado, uma vez que para as duas amostras os scores para agência ideal não apresentaram diferença estatística, bem como, apontam para a instrumentalidade desse tipo de pesquisa para a promoção da fidelização dos associados, por meio da melhoria nos serviços, e da gestão democrática, uma vez que a aplicação sistemática na cooperativa representa um espaço adicional para dar voz aos associados.
TÍTULO: COOPERATIVISMO MINERAL NO BRASIL E NA BOLÍVIA.
AUTORES: ALAIR FERREIRA DE FREITAS, ALAN FERREIRA DE FREITAS, ÉVERTON ALVES PEREIRA, PAULO HENRIQUE DA SILVA.
As cooperativas minerais compõe atualmente um dos ramos do cooperativismo de menor visibilidade. A literatura sobre essas organizações, seus desafios e seus modelos organizacionais é extremamente reduzida e limitada, e ainda não permite estruturar leituras sobre a realidade desse ramo. Neste cenário propõe-se empreender o primeiro artigo brasileiro que tenta estabelecer um panorama comparativo entre o modelo organizacional cooperativo prevalecente na atividade mineral do Brasil com o modelo de outro país, no caso, a Bolívia. Questionou-se, o que se pode inferir em 2019 sobre a forma de funcionamento, o modo de organização e as especificidades das cooperativas do ramo mineral? O que difere o cooperativismo mineral da Bolívia do cooperativismo mineral do Brasil? O primeiro ponto conclusivo é que as cooperativas minerais cumprem um papel social importante e que há as diferenças assumidas em cada um dos países em relação ao cooperativismo no garimpo estão relacionadas ao contexto social, a trajetória histórica da mineração nos dois países e ao aparato legal e institucional. Ambos os casos mostraram como o Estado tem incentivado o cooperativismo mineral como alternativa a informalidade e à ilegalidade no trabalho mineral e sinalizam a possibilidade de uma apropriação indevida da forma organizacional. Por fim, se concluí que a necessidade de gerenciar os passivos ambientais é uma característica distintiva dessas organizações, sendo também um desafio fazer a gestão ambiental atrelada à gestão social e a gestão econômica.
TÍTULO: AS REFORMAS LEGISLATIVAS PARA A CAPITALIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS AGRÍCOLAS FRANCESAS.
AUTOR: REGEL ANTONIO FERRAZZA.
Não obstante o capital seja um meio-função para as cooperativas atingirem seus objetivos sociais, ele possui relevância para que as mesmas possam competir no mercado. Para acatar os anseios do setor cooperativo, a legislação da França mitiga cada vez mais (jamais suprime) os princípios cooperativos para reforçar os fundos próprios e assim, obter maior capacidade de investimento das cooperativas e adquirir competitividade com as sociedades empresárias. No desenvolvimento do trabalho será abordada a formação do Direito Cooperativo Francês para, posteriormente, verificar o modo de constituição do capital social com os associados cooperadores da França e do Brasil, para enfim verificar as técnicas utilizadas para o reforço financeiro nas cooperativas agrícolas francesas. Na formação do capital social com os associados, a regra na França é a exceção utilizada no Brasil. O legislador francês, além das partes sociais dos associados cooperadores, facultou às cooperativas a diversificação das partes sociais, com a admissão de “associados não cooperadores”, a criação das “partes sociais de poupança” e “partes com vantagens particulares”. Verifica-se que o conjunto dessas partes sociais é idêntico para todos os associados, cooperador ou não, ou seja, são nominativas e indivisíveis. Além da possibilidade de aporte por meio de partes sociais de investimento, o legislador, nas constantes reformas, concede a possibilidade de as cooperativas agrícolas utilizarem outros mecanismos financeiros de financiamento, como a captação de capital exterior através da emissão de valores mobiliários desprovidos de direito de voto, por meio da emissão de títulos financeiros como os “títulos participativos” e os “certificados cooperativos de investimento”. As cooperativas ainda podem se relacionar economicamente com outras empresas por meio das “participações”.
TÍTULO: COOPERATIVISMO DE CRÉDITO E DIVERSIDADE: ANÁLISE DAS CAMPANHAS DE COMUNICAÇÃO SICOOB E CRESOL.
AUTORES: IVONETE DA SILVA LOPES, JÉSSICA SUZANA MAGALHÃES CARDOSO.
Este trabalho analisa sob a perspectiva racial e a de gênero a comunicação feita pelo Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) e pelo Sistema das cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária (Cresol). Os vídeos disponibilizados pelos dois sistemas de crédito no YouTube, entre abril e outubro de 2017, serviram de base para o estudo das representações de negros e mulheres. A pesquisa revelou que a representatividade racial na comunicação é praticamente inexistente; no tocante às mulheres (sejam elas brancas ou não brancas), quando aparecem, são figurativas e reproduzem padrões tradicionais de gênero. Aponta ainda que a comunicação deste setor está permeada por estigmas e contribui para a validação de padrões conservadores tanto racial quanto de gênero.
TÍTULO: AS COOPERATIVAS NA REDUÇÃO DA DESIGUALDADE DE RENDA NO MEIO RURAL BRASILEIRO.
AUTORES: CARLOS OTÁVIO DE FREITAS, FELIPE DE FIGUEIREDO SILVA, MATEUS DE CARVALHO REIS NEVES.
A produção agrícola no Brasil aumentou nas últimas décadas. Apesar desse aumento, a população rural continua a enfrentar desigualdade de renda. O acesso ao mercado, visando a comercialização da produção, pode minimizar esta desigualdade. Neste artigo, estimou-se a influência do cooperativismo na geração e distribuição de renda que persiste nas áreas rurais do Brasil. Os resultados indicam que, mais do que elevar a renda, o cooperativismo possui potencial para minimizar a desigualdade de sua distribuição. Também se verificou que maiores níveis de educação, crédito e acesso à extensão rural aumentaram o efeito de comercializar com cooperativas sobre a renda. Esses achados sugerem que políticas públicas integrando cooperativismo, crédito rural, extensão rural e promoção do capital humano seriam mais efetivas, devido à sinergia desses componentes.
TÍTULO: AVALIAÇÃO DE PROCESSO DO PROGRAMA MAIS GESTÃO NA PERSPECTIVA DOS ATORES ENVOLVIDOS NA IMPLEMENTAÇÃO.
AUTORES: ALAIR FERREIRA DE FREITAS, RAFAEL GUIMARÃES FARIAS.
O Programa Mais Gestão – PMG tem por objetivo disponibilizar Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER em gestão de cooperativas. Focalizado em avaliar a implementação do PMG em 3 estados do Brasil – Minas Gerais, Espirito Santo e São Paulo, realizou-se 18 entrevistas com integrantes de cooperativas contempladas no PMG, parceiros locais, técnicos das entidades de ATER e os representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA. A presente pesquisa é predominantemente qualitativa com características exploratória e, através de entrevistas guiadas por um roteiro de questões semiestruturadas. Foram escolhidos casos distintos em termos de características das cooperativas, dos contextos territoriais em que se localizam e do desempenho em relação aos estímulos realizados pelas entidades de ATER contratadas no âmbito do PMG. As entrevistas foram analisadas a partir de três dimensões: de implementação, organizativa e territorial. Evidencia-se nos achados da pesquisa que há atrasos burocráticos no PMG que dificultam, por parte da entidade de ATER, a implementação dos instrumentos das chamadas públicas – pré-diagnóstico, diagnóstico, plano de ação e aprimoramento. Os resultados da dimensão organizativa são distintos entre as cooperativas e, as mais estruturadas tem aproveitado melhor o PMG. Estes resultados são reiterados na análise da dimensão territorial onde tais elementos traduzem o dinamismo do cooperativismo em determinados municípios e podem explicar a proatividade das organizações em resposta aos estímulos do PMG.
TÍTULO: DOS PRINCÍPIOS À RESPONSABILIDADE SOCIAL: UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO ACERCA DA RES EM UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO.
AUTORES: KRISNA MELLO DA SILVA, PABLO MURTA BAIÃO ALBINO, THIAGO HELENO MARIANO.
A busca por ferramentas gerenciais que auxiliem no desenvolvimento e perenidade do negócio tem se tornado essencial para sobrevivência das organizações que estão inseridas na dinâmica do século XXI. Ética e sustentabilidade são valores em evidência diante de um cenário que exige das organizações respostas pelos efeitos decorrentes de suas atividades econômicas. A Responsabilidade Social (RES) surge como uma resposta das organizações perante seus stakeholders, propondo a adoção de ações estratégicas que alinhem resultado econômico, emancipação social e sustentabilidade ambiental. O presente artigo, de natureza descritiva e abordagem quanti-qualitativa, teve como propósito analisar a percepção do quadro colaborativo de uma cooperativa de crédito com relação a RES e sua importância para a organização. O estudo apontou que existe uma conscientização e reconhecimento da RES como instrumento estratégico que agrega valor à cooperativa, todavia, percebe-se a necessidade de amadurecimento desta concepção e alinhamento entre os níveis organizacionais e as diretrizes estratégicas da cooperativa com o tema. Além disso, ficou evidente o potencial da adoção da RES como estratégia de consolidação do papel social das organizações cooperativas.
TÍTULO: COOPERATIVISMO, RENDA E EMPREGO NA AGRICULTURA FAMILIAR EM GOIÁS.
AUTORES: GUILHERME RESENDE OLIVEIRA, LINDOMAR PEGORINI DANIEL, MARCELO DIAS PAES FERREIRA, MARCELO JOSE BRAGA.
Este trabalho analisa o impacto do cooperativismo sobre indicadores de renda bruta, produtividade e geração de emprego na agricultura familiar no estado de Goiás. Foram utilizadas técnicas de efeito de tratamento, mais precisamente Propensity Score Matching, para contornar o viés de auto seleção e base de dados fornecida pela Emater-GO (5781 agricultores familiares, sendo 1173 cooperados). Os resultados indicam que a participação em cooperativas aumenta a renda agrícola anual em cerca de R$ 14.400,00 a produtividade por hectare em R$ 768,00 e a mão de obra empregada na fazenda em 0,235 unidades. Desta forma, o estímulo a cooperativismo teria impactos produtivos positivos.
TÍTULO: COOPERATIVISMO E AGRICULTURA FAMILIAR: UMA ANÁLISE A PARTIR DE PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS BRASILEIRAS NO PERÍODO ENTRE 2010 A 2018.
AUTORES: BRUNO DE JESUS LOPES, JOÃO PAULO LOUZADA VIEIRA, KÁTIA DE FÁTIMA VILELA, MARCO PAULO ANDRADE, SUANY MACHADO DA SILVA.
O presente artigo tem por objetivo apresentar as principais vertentes temáticas que vem sendo trabalhadas nas pesquisas científicas sobre agricultura familiar e cooperativismo no Brasil entre os anos de 2010 a 2018. Metodologicamente, utilizou-se para a concretização desse trabalho a pesquisa bibliográfica, sendo elaborado um estudo bibliométrico e bibliográfico quali/quanti através da revista e dos congressos da Sociedade Brasileira de Sociologia, Administração e Economia Rural, sobre o assunto. Foi encontrado um total de 54 artigos que abordam diversos assuntos tangenciados ao tema principal da pesquisa. Os resultados apontam que o cooperativismo é apontado como uma importante ferramenta de fortalecimento da agricultura familiar, que garantem a organização dos agricultores, fortalece a relação entre os mesmos, fomenta o acesso a mercados e garantem o escoamento da produção.
TÍTULO: EFICIÊNCIA SOCIAL E ECONÔMICA: UMA ANÁLISE DAS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS DE MINAS GERAIS.
AUTORA: NÁGILA DA SILVA SANTOS.
Reconhecendo a importância das cooperativas agropecuárias e a necessidade de avançar nos estudos acerca de suas especificidades enquanto empreendimentos econômicos, no presente trabalho propôs-se construir dois modelos e confrontar os rankings das eficiências sociais e econômicas de 104 cooperativas agropecuárias mineiras, em 2012, utilizando-se da metodologia de Análise Envoltória de Dados. O teste de correlação de Spearman apontou haver uma pequena relação entre os modelos, entretanto o teste t de médias indicou que os modelos são independentes. A separação das cooperativas por tamanho permitiu confirmar que as mesmas não obtiveram o mesmo posicionamento nos dois modelos – a maioria daquelas de grande porte posicionaram-se entre as de maiores escores no ranking econômico, enquanto as de pequeno porte, em sua maior parte, ficaram entre aquelas de maior escore no ranking social – o que reforça a inferência anterior de independência. Conclui-se que, apesar do cenário ideal ser o equilíbrio entre os âmbitos social e econômico, não foi possível afirmar que houve balanceamento entre a eficiência econômica e social, tendo em vista as cooperativas pesquisadas.
TÍTULO: EFEITO DO RISCO DE CRÉDITO NO DESEMPENHO FINANCEIRO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO BRASILEIRAS.
AUTORES: ROSIANE MARIA LIMA GONÇALVES, STELLA FERNANDA DE AZEVEDO.
As Cooperativas de Crédito têm se destacado no Sistema Financeiro Nacional pelo seu potencial de crescimento em momentos de crise e por terem se tornado um importante instrumento de desenvolvimento econômico devido à oferta de taxas de juros menores e à facilidade de acesso ao crédito. Porém, o aumento da concessão de crédito, consequentemente aumenta o risco de crédito da cooperativa. Como forma de minimizar esses riscos de inadimplência, o Banco Central do Brasil tem papel essencial no que tange à disposição e monitoramento de regras para a constituição de provisão de crédito de liquidação duvidosa. A relação risco de crédito e desempenho financeiro é um tema bastante estudado e ainda muito controverso perante aos diversos resultados obtidos pelos pesquisadores. Para promover um estudo acerca do tema proposto, esse trabalho se valeu de uma amostra de 263 Cooperativas de Crédito de Livre Admissão, analisando os balancetes semestrais no período compreendido entre os anos de 2014/2 e de 2018/1. Foi possível verificar por meio da Regressão de dados em painel que o risco de crédito deve ser considerado fator determinante no desempenho financeiro das cooperativas de crédito de livre admissão, sendo o provisionamento para cré- dito de liquidação duvidosa negativamente relacionado com o retorno sobre o ativo (ROA) e com o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) das cooperativas analisadas. Sendo assim, uma gestão adequada do risco de crédito é fundamental para garantir a sobrevivência e o crescimento das cooperativas.
TÍTULO: GOVERNANÇA SOB A ÓTICA DA ECONOMIA INSTITUCIONAL: ESTUDO EM UMA COOPERATIVA FAIR-TRADE.
AUTORA: AÍLA FIALHO.
O presente estudo versa sobre a governança corporativa em organizações cooperativas sob a ótica da Economia Institucional. Buscou-se verificar quais entre os aspectos relacionados aos custos de agência, de transação, controle e influência se destacavam na estrutura de governança da cooperativa analisada. Como ambiente de estudo, foi escolhida uma cooperativa agropecuária da agricultura familiar de certificação Fair-Trade, localizada no Sul de Minas Gerais. Os resultados mostram que, em uma estrutura organizacional simples e com gestão tradicional, os custos democráticos, desde a análise prévia de novos associados, à presença ativa de conselhos de núcleos nos espaços de decisão, até a constante busca por treinamento externo por meio da contratação de consultorias, se destacam e contribuem diretamente para maior transparência e bom desempenho da cooperativa, uma vez que são minimizados alguns dos problemas típicos das cooperativas, de acordo com a teoria da Economia Institucional.
TÍTULO: INFLUÊNCIA DO COOPERATIVISMO NO DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL.
AUTORES: LUCAS DE PAULA ROCHA, MARCO UFV, WESLEY DE ALMEIDA MENDES.
O cooperativismo surge como forma de integrar socialmente indivíduos de uma comunidade e ao mesmo tempo amenizar disparidades econômicas e sociais, impulsionando o desenvolvimento local. O presente trabalho tem por objetivo analisar os fatores que afetam o desenvolvimento, em especial o papel do cooperativismo na promoção do desenvolvimento humano. Foi utilizada a análise de regressão com dados em painel para os anos de 2007 a 2014 e, posteriormente, foram realizados testes de médias para diferenciar o desenvolvimento de municípios com e sem presença de vinculo cooperativo. Em municípios nos quais há a presença de entidades e vínculos cooperativos, notou-se que os indicadores de desenvolvimento tendem a ser também maiores e significativos. Embora não se possa afirmar categoricamente que a presença de estabelecimentos cooperativos tenha influência direta nos níveis de desenvolvimento do município onde estão inseridos, há relação é suficiente para inferir sobre efeitos, no mínimo, indiretos ou agregadores. Concluiu-se que devido a seu alcance econômico e social, o cooperativismo é um modelo que deve ser incentivado pela administração pública, em razão de seus efeitos diretos e indiretos sobre o bem-estar socioeconômico.
POSTERES:
TÍTULO: ORGANIZAÇÃO DO QUADRO SOCIAL: EXPRESSÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA.
AUTOR: CLEBERSON DA SILVA SANTOS.
TÍTULO: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO AGRICULTOR: UM ANALISE DE UMA ONG INTERNACIONAL EM SEU TRABALHO COM COOPERATIVAS DE CAFEICULTORES EM MINAS GERAIS.
AUTORA: LUIZA ROCHA ROSA VIEIRA.
TÍTULO: PRERROGATIVAS E PROVENTOS DAS COOPERATIVAS DIANTE DO MERCADO INSTITUCIONAL: ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA NO TEMA.
AUTORES: ANGELINA MOREIRA MELO, BRUNO DE JESUS LOPES, ISABELA RENÓ, KÁTIA DE FÁTIMA VILELA, SUANY MACHADO DA SILVA.
Resumo dos artigos selecionados – 5° EBPC (Utilizado na matéria).
Fotos: Guilherme Kardel / Lya Astrid / Kardel LIVE MEDIA.
Disponível em: https://www.flickr.com/photos/sistemaocb/albums/with/72157711336474642